Amigos do Bem combate a insegurança alimentar. “Em rio seco, não se pesca”

É comum ouvir sobre a urgência de tirar o Brasil do mapa da fome, mas você sabe o que realmente significa a insegurança alimentar? Esse termo descreve a falta de acesso constante a alimentos suficientes, nutritivos e de qualidade, essenciais para garantir a saúde e o bem-estar de todos.

Quem vive nessa situação de miséria não sabe quando será a próxima refeição. Isso afeta o crescimento, o aprendizado e a saúde, pois a falta de alimento enfraquece o corpo, reduz a imunidade e pode levar à desnutrição.

Um estudo divulgado em 2024 pelo IBGE revelou que a insegurança alimentar ainda atinge milhões de brasileiros. No país, 27,6% dos domicílios enfrentam algum grau de insegurança alimentar, o que corresponde a cerca de 21,6 milhões de lares. Destes, 4,1% vivem em situação grave, significando que mais de 3,2 milhões de famílias convivem com a fome. O Nordeste se destaca entre as regiões mais vulneráveis, com apenas 61,2% dos domicílios em segurança alimentar, o que representa 12,7 milhões de lares em insegurança alimentar.

No sertão nordestino, a seca e a pobreza secular agravam o problema. A fome é diária para milhares de pessoas, como o Cícero, do Sítio Muquém em Pernambuco: “Tenho 49 anos e sou o único sobrevivente de uma família de 18 irmãos. Faleceram 17, e a minha mãe morreu no último”. Foi esse cenário que levou os Amigos do Bem a combater a fome e a miséria com projetos que garantem a segurança alimentar para milhares de pessoas no sertão nordestino.

Amigos do Bem e o combate a insegurança alimentar

Insegurança alimentar ainda é realidade no sertão

O trabalho começa no combate à fome e se desenvolve com projetos de educação e geração de renda para um futuro diferente. “Muitos falam que é preciso ensinar a pescar, mas em rio seco não se pesca. Precisamos dar os recursos para que eles se desenvolvam. O que vemos nesta região é o resultado de séculos de descaso e abandono. Precisamos agir. A necessidade no sertão é emergencial”, afirma Alcione Albanesi, presidente e fundadora da ONG.

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma referência global na promoção da paz, do desenvolvimento e da cooperação internacional. Por isso, em 2015, estabeleceu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para orientar o mundo até 2030 rumo a um futuro mais sustentável e inclusivo.

Os Amigos do Bem se destacam por atuar em 12 dos 17 ODS, com foco na erradicação da pobreza, educação de qualidade, acesso à água, saúde e bem-estar. Além disso, para combater a insegurança alimentar, todos os meses, a instituição distribui cestas básicas para milhares de famílias em situação de extrema vulnerabilidade.

O impacto gerado pelos Amigos do Bem levou Alcione Albanesi a ser reconhecida pelo Pacto Global da ONU Brasil, que lhe concedeu o título de liderança de impacto do ODS 1, voltado para a erradicação da pobreza. Seu modelo de desenvolvimento social sustentável já recebeu diversas premiações e é reconhecido nacional e internacionalmente.

Ao todo, mais de 150 mil pessoas têm suas vidas transformadas por meio dos projetos da instituição, que leva mais do que ajuda humanitária pontual, mas desenvolve ações contínuas para transformar vidas e promover mudanças efetivas para um futuro mais digno.

Ajude os Amigos do Bem a garantir a segurança alimentar de milhares de pessoas no sertão.